E de repente, no meio daquela atividade corriqueira do cotidiano, suas pálpebras começam a ficar pesadas, você começa a bocejar sem parar e manter os olhos abertos ou a mente em alerta se transforma em uma tarefa impossível. Não se preocupe, pois não há nada de errado nessa história: sentir sono na gravidez é perfeitamente normal.
No primeiro trimestre, o principal período em que esse quadro ocorre, ele é um reflexo das transformações gestacionais no corpo da mulher – especialmente o aumento da progesterona, hormônio conhecido por deixar o sistema nervoso central mais lento.
“Sentir muito sono é uma das principais queixas das gestantes nesse período, junto com a perda de memória e a dificuldade de concentração. Os três sintomas estão relacionados: são questões neurológicas e são causados pelo aumento de progesterona na gravidez”, explica João Fittipaldi, Ginecologista e Obstetra.
Como lidar?
Há quem diga que essa será sua última oportunidade de dormir antes da chegada do bebê, então ela deve ser muito bem aproveitada. Brincadeiras à parte, o fato é que não existe como contornar o sono, já que não é possível diminuir o nível de progesterona no organismo da mulher, mas algumas atitudes ajudam a manter a rotina sob controle.
“O sono também é influenciado pelo aspecto psicológico, o que significa que caso a mulher tenha tarefas ou realize atividades constantes, isso ajuda de alguma forma a mantê-la mais desperta”, alega Fittipaldi.
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Na reta final
Já o terceiro trimestre tende a ser o período “de bocejos e sonecas”, mas o contrário também pode acontecer, e a gestante perde o sono ou não consegue dormir. Nesses casos, além do desconforto físico gerado pelo tamanho da barriga, a ansiedade com a chegada do bebê e do parto exerce uma enorme influência, sem contar as dúvidas e angústias sobre a maternidade no geral e a grande mudança que está prestes a acontecer.
“Dificilmente uma insônia eventual gera a necessidade de alguma medicação, mas se a gestante quiser, pode praticar meditação ou outras técnicas de relaxamento, que ajudam tanto a regular o sono, como a controlar a ansiedade e outras questões”, afirma Fittipaldi.
Já sobre as opções fitoterápicas para lidar com o quadro, ele destaca que nem todo medicamento é indicado para a gravidez.
“É importante que a paciente verifique com seu médico, pois ser à base de plantas não significa aprovação instantânea ou ausência de contraindicações dos produtos”, afirma.
Sinais de alerta
Em qualquer fase da vida, o sono é um importante fator da equação “vida saudável”, e na gestação não é diferente. Por um lado, não existe motivo para se preocupar caso a gestante não sinta tanto sono assim: falta de sono momentânea não costuma ser indicativo de nada grave. Mas é preciso estar atenta.
“O bem-estar materno inclui determinada quantidade de horas de sono, que influenciam o estado físico em geral, mas também a capacidade do corpo de proporcionar o desenvolvimento do bebê. Por isso, a insônia acentuada está relacionada ao parto prematuro, e é preciso ficar de olho para garantir uma gestação saudável”, conclui.
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