Para entender por que é fundamental redobrar os cuidados com a tireoide na gravidez, basta saber que, nesse período, o metabolismo da mulher está extremamente elevado para proporcionar o desenvolvimento do bebê. E a tiroide é justamente a glândula responsável por produzir os hormônios que regem o metabolismo do nosso corpo.
“O excesso de estímulo da glândula pode gerar algum problema. E se a mulher já teve alguma disfunção da tireoide antes, durante a gestação isso pode ser intensificado”, explica a Médica Ginecologista e Obstetra Mariana Rosario.
A seguir, a doutora aponta os principais distúrbios que podem ocorrer na tireoide e quais sintomas causam.
Hipotireoidismo
É quando a glândula não consegue produzir a quantidade de hormônios necessária.
Alguns sintomas são: a mulher tende a ficar mais lenta, ter depressão, além de enfraquecimento de unhas e cabelos e pele ressecada.
“A paciente fica hipotérmica, ou seja, com a temperatura mais baixa, e também mais letárgica. E durante a gestação, se ela já tem normalmente muita vontade de dormir, com esse distúrbio ela fica ainda mais com sono”, explica Mariana.
Na gestante, o hipotireoidismo pode acarretar em abortos precoces, que acontecem bem no começo da gravidez.
Hipertireoidismo
Ocorre quando a glândula produz mais hormônios do que deveria.
Os principais sintomas são: a mulher costuma ficar acelerada, ter febre, taquicardia e emagrecimento. Em uma fase mais grave, ela pode ter exoftalmia, quando o globo ocular é projetado para fora da pálpebra, por conta da produção de uma substância atrás do olho.
“O hipertireoidismo pode acarretar em trabalho de parto prematuro. E isso não é bom nem para mãe nem para o bebê”, comenta a doutora.
Tive problemas na tireoide antes de engravidar. E agora?
Nesse caso, para se ter a devida atenção à tireoide na gravidez, o recomendável é fazer o acompanhamento com o endocrinologista e o obstetra em conjunto e continuar dosando os hormônios.
“É preciso fazer exames de controle, principalmente depois da 24ª semana de gestação – após seis meses -, período com mais chance de ter um distúrbio de tireoide”, diz Mariana.
Controle e tratamento
O obstetra é quem avalia a tireoide por meio de exames laboratoriais de sangue.
“A análise da função tireoidiana é um exame obrigatório no pré-natal. Se for identificada alguma disfunção, o próprio obstetra pode tratar, se ele se sentir hábil para isso. Senão, a gestante é encaminhada para o endocrinologista para iniciar o tratamento”, comenta a doutora.
Os tratamentos para os distúrbios podem ser feitos com medicação.
“Durante a gestação a gente não faz cirurgia. Se tiver um nódulo, vamos apenas acompanhar. A não ser que esse nódulo seja puncionado e tenha chance de ser maligno, daí a paciente é operada”, explica a doutora.
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