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Sinais de trabalho de parto: tudo o que você precisa saber

Tire todas as suas dúvidas sobre os sinais de trabalho de parto e saiba quando é hora de ir à maternidade.
Sinais de trabalho de parto | Mulher e Gestação
Sinais de trabalho de parto: tudo o que você precisa saber

A partir da 37ª semana gestacional, a gravidez já é considerada a termo e o bebê pode vir ao mundo a qualquer momento! Por isso, é importante que toda grávida saiba identificar quais são os sinais de trabalho de parto e as suas fases.

Para tirar algumas dúvidas sobre o tema, conversamos com as Fisioterapeutas pélvicas Thalita Freitas e Alessandra Sonego, que trabalham com gestantes no pré, pós e durante o trabalho de parto e dão dicas valiosas para quem está passando por essa fase emocionante da gestação. Confira!

Primeiros sinais de que o parto está próximo

Segundo a Fisioterapeuta Thalita Freitas, algumas gestantes podem apresentar sinais de que o trabalho de parto está próximo com uma antecedência de dias ou até de semanas. São eles:

saída do tampão mucoso (um fluido gelatinoso que fica entre o colo do útero e o canal vaginal);

início da dilatação do colo do útero;

contrações mais doloridas, mas que não ganham ritmo (também conhecidas como pródromos);

pressão na região pélvica, que pode estar relacionada a um encaixe maior do bebê sobre o assoalho pélvico.

Ela ressalta, porém, que o parto é um evento imprevisível. 

“Algumas mulheres não sentem absolutamente nenhum sinal antes de o trabalho de parto começar. Isso não quer dizer que uma mulher que teve sinais terá um parto mais rápido ou mais tranquilo, e vice-versa. São só formas diferentes de o corpo se expressar e de se preparar para o parto”, esclarece.

Como diferenciar as contrações de treinamento das de trabalho de parto?

De acordo com Alessandra, as contrações de treinamento (também chamadas de contrações de Braxton Hicks) são comuns ao longo de toda a gestação, porém ficam mais perceptíveis ao final, “quando o volume uterino está maior e a mulher também ganha mais consciência da região abdominal”, explica. 

Para saber se as contrações que você está sentindo já são as do trabalho de parto, a fisioterapeuta dá a dica: “A grande diferença é a dor. A contração de treinamento pode até ser um pouco desconfortável, mas não tem um padrão doloroso. Já as contrações reais de trabalho de parto já se iniciam com uma colicazinha, uma dorzinha que vai aumentando gradativamente”, descreve.

Os pródromos já são contrações de trabalho de parto? 

Apesar de serem contrações dolorosas, os pródromos não têm o mesmo padrão das contrações do parto. “A grande diferença é que, nos pródromos, o repouso ou um banho quentinho já eliminam a sensação dolorosa, e esse útero se acalma. No trabalho de parto, mesmo com repouso, as contrações vão continuar evoluindo”, explica.

Diarreia é sinal de trabalho de parto?

É comum ouvir mães relatarem que foram várias vezes ao banheiro logo antes de o parto começar. Por isso, muitas grávidas se perguntam se a diarreia também é um sinal de trabalho de parto. Thalita esclarece:

“A questão da diarreia é a seguinte. Os hormônios que estimulam a contração uterina estimulam toda a musculatura lisa. Tanto o útero como o intestino são músculos lisos. Então muitas vezes esse estímulo hormonal acaba estimulando também a motilidade intestinal. Por isso que é muito comum a mulher também sentir que o intestino está mais ativo quando ela começa a ter as primeiras contrações”, explica.

Como saber se a bolsa estourou?

Muitas grávidas percebem uma secreção vaginal ao final da gravidez e ficam em dúvida se ela é um corrimento normal ou se é perda de líquido amniótico. Para saber como identificar o líquido, a fisioterapeuta dá duas dicas.

Odor: “Uma das formas de tentar identificar se foi a bolsa que rompeu é pelo cheiro, que é mais forte. O líquido amniótico é incolor e tem um cheiro característico que lembra muito água sanitária”, descreve.

Quantidade: “Geralmente esse líquido vaza numa quantidade relativamente grande. Em alguns casos, dependendo da região onde essa bolsa rompeu, pode acontecer de ir vazando aos poucos, mas é um vazamento contínuo. Outra forma, então, de identificar se foi uma bolsa que rompeu ou não é perceber se esse líquido está escorrendo com uma certa frequência”, indica.

As fases do trabalho de parto e os seus sinais

Agora que você já sabe quais são os sinais de que o parto está próximo, chegou a hora de entender o que acontecerá com o seu corpo quando a boa hora finalmente chegar. Para isso, é preciso entender quais são as fases do trabalho de parto normal e os sinais de cada uma delas.

Primeira fase: dilatação do colo do útero

De acordo com Alessandra, essa fase se divide em duas: primeiro, a fase latente, e depois a fase ativa de dilatação.

Sinais da fase latente: contrações não ritmadas, menos frequentes e menos intensas. Nesta fase, a mulher ainda consegue fazer outras atividades entre uma contração e outra, como comer, tomar banho ou até dormir.

Sinais da fase ativa: contrações mais ritmadas, intensas, com menor intervalo de tempo e associadas a uma dilatação mínima entre 3 e 4 centímetros.

“A fase ativa é o momento de fato onde esse colo do útero vai dilatar os 10 centímetros e o bebê também vai descer 10 centímetros pela pelve materna. Então é um caminho a ser percorrido pela mãe e pelo bebê para ajudar a chegar à próxima fase, que é a da expulsão”, explica.

Segunda fase: período expulsivo

“É um nome meio esquisito, não é mesmo? É, porém, o termo técnico que nós utilizamos: período expulsivo. Ele é caracterizado pela fase final da saída, ou seja, o desprendimento do bebê da pelve materna”, detalha Thalita.

Os sinais de que o parto entrou na fase expulsiva são:

– a parturiente atingiu a dilatação máxima de 10 centímetros do colo do útero;

– a mulher sente um forte desejo de empurrar o bebê para fora – começa a fase dos puxos. 

“É um desejo natural e incontrolável, estimulado pelos receptores da região do canal de parto que ficam em contato com a cabeça do bebê. É como se a mulher não conseguisse não fazer essa força”, descreve a fisioterapeuta. 

Caso a gestante opte pelo tipo de parto vaginal com analgesia, ela não sentirá esse desejo natural. “Então essa mulher precisa ser conduzida pela equipe para fazer a força e ajudar o bebê a nascer”, conta.

Terceira fase: dequitação ou saída da placenta 

O parto não acaba com o nascimento do bebê: a última fase consiste na saída da placenta, também chamada de dequitação. Ela costuma ocorrer minutos após o parto do bebê e geralmente é indolor. 

“Essa saída ocorre de maneira espontânea ou com o auxílio do obstetra”, explica a fisioterapeuta. 

Quando devo ir à maternidade?

“Em uma gestação de baixo risco, em que o trabalho de parto está evoluindo normalmente, a recomendação é tentar aguardar em casa até que as contrações fiquem mais ritmadas, com uma frequência de 3 a 4 contrações a cada 10 minutos. Quando essas contrações ganham mais ritmo é que essa mulher vai estar de fato na fase ativa do trabalho de parto, e este é o momento ideal para ir para o hospital”, aconselha a fisioterapeuta.

De qualquer forma, é importante conversar com o seu obstetra com antecedência, já que todas as particularidades da gestante devem ser consideradas, como risco gestacional e distância física da maternidade.

Outros sinais de alerta

O corpo, porém, pode dar alguns sinais que alertam a gestante a procurar um atendimento médico imediatamente. São eles:

sangramento: como dissemos neste artigo sobre gestação de alto risco, sangramento na gravidez nunca é normal;

diminuição dos movimentos fetais: “Se a mãe perceber que o bebê está há longos períodos sem se movimentar, ela precisa procurar ajuda para avaliar se está tudo bem com o bebê”, orienta;

ruptura da bolsa com o líquido escurecido: a fisioterapeuta explica que o líquido amniótico escuro, na cor marrom ou marrom esverdeada, indica que há presença de mecônio, que é o cocô do bebê. “Se a bolsa romper e o líquido estiver escuro, procure ajuda imediatamente, pois o bebê corre o risco de entrar em sofrimento fetal”, alerta.

Agora que você já conhece todos os sinais de trabalho de parto, compartilhe este artigo com outras gestantes que estão vivenciando essa doce espera!


E já que você está aqui, que tal começar a se programar para o pós-parto? No vídeo abaixo, publicado no canal de Regenesis, a Pediatra Dra. Fernanda Misumi faz um convite para refletir sobre a importância da rede de apoio no puerpério. Confira!

Alessandra Sonego e Thalita Freitas
Sócias-proprietárias da Clínica Athali Fisioterapia Pélvica, que atende gestantes e mulheres no pós-parto em São Paulo. As profissionais são atuantes na área de reabilitação dos músculos do assoalho pélvico e obstetrícia e possuem vasta atuação na saúde da mulher, com passagem por diversos setores do Hospital das Clínicas de São Paulo.

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