O Brasil é um dos países com maiores taxas de parto cesárea no mundo: cerca de 55% dos nascimentos do país são via cesariana. Por isso, é muito comum que as gestantes escolham essa via de parto antes mesmo de engravidar e de refletir sobre os riscos e as reais indicações de uma cesárea.
Seja qual for a escolha da mãe, é importante que ela seja feita de forma consciente e com base em informações confiáveis. Por isso, no artigo de hoje a Ginecologista e Obstetra Dra. Luciana Tannus tira as dúvidas mais comuns sobre o parto cesárea. Continue a leitura!
Quais são as principais indicações para uma cesárea?
Apesar dos riscos inerentes a qualquer cirurgia, algumas situações justificam uma indicação cesariana. Nesses casos, a cesárea pode salvar vidas. A Dra. Luciana diz que as principais indicações de parto cesárea são por causas maternas e/ou fetais.
Entre as indicações de cesárea por causas maternas estão:
- placenta prévia (saiba mais aqui);
- risco iminente de ruptura uterina;
- falha de progressão do parto;
- descolamento prematuro de placenta;
- prolapso de cordão.
Entre as causas fetais para indicação de cesárea, estão:
- vitalidade fetal comprometida;
- malformações que impedem a passagem do bebê pela vagina;
- macrossomia.
Se você tem dúvidas em relação à situação de sua gestação, não deixe de conversar com o seu obstetra.
Mas, afinal, quais são os riscos do parto cesárea?
Segundo a Dra. Luciana, quando a gestante é submetida a uma cesariana, ela passa a ser uma paciente cirúrgica em trabalho de parto. “Por isso, além dos potenciais riscos inerentes a qualquer parto, acrescentam-se os riscos de qualquer grande cirurgia”, diz. Entre eles, estão:
- maior risco de infecções;
- maior risco de trombose de membros inferiores;
- risco de reações aos anestésicos;
- maior incidência de dor no pós-operatório.
Como funciona um parto cesárea? Passo a passo
Primeiramente, é aplicada uma anestesia, que costuma ser a raquidiana na coluna vertebral. Com isso, a gestante passa a não sentir dor, nem poderá fazer movimentos da cintura para baixo durante o parto.
Quando a anestesia começa a fazer efeito, é iniciado o procedimento cirúrgico, que leva cerca de uma hora. “É feita uma abertura na parede abdominal da gestante, normalmente uma pequena incisão na pele de 2 a 3 centímetros acima da sínfise púbica, com cerca de 10 centímetros de comprimento”, diz a médica.
Depois, é necessário realizar aberturas nas 5 camadas de tecido que situam entre a pele e o útero, que também recebe uma incisão. “O útero é aberto delicadamente, para retirada do feto e placenta. Ao final, são suturadas as aberturas que foram realizadas”, explica.
Se este for o desejo da mulher e não houver nenhuma condição médica que a impeça, ela pode receber o bebê e amamentá-lo ainda no centro cirúrgico. O fato de a gestante fazer uma cesárea não impede que ela realize um parto humanizado.
Como é a recuperação do parto cesárea
“Nos sete primeiros dias, a recomendação é de repouso. Quanto menos esforço, melhor”, ressalta a médica. É muito importante, portanto, contar com uma rede de apoio que auxilie tanto com os cuidados com o recém-nascido quanto com a nova mãe, que se recupera de uma cirurgia.
“Depois disso, a puérpera pode ir voltando à rotina e retomando as atividades, respeitando o limite da dor”, diz a Médica. Ela ainda destaca três orientações importantes para esse período:
1. Evitar pegar peso e movimentos bruscos.
2. Manter os cuidados e a higiene em cicatriz cirúrgica recomendados pelo médico.
3. Procurar atendimento médico a qualquer sinal de alerta, como alteração na cicatriz, febre, sangramento abundante ou dores que não diminuem.
O que se pode comer após o parto cesárea?
É muito importante ter um cuidado extra com a alimentação nesse período, já que o corpo estará em um processo de cicatrização ao mesmo tempo que nutre um bebê pela amamentação. A Dra. Luciana dá algumas orientações.
- Evite alimentos processados, gordurosos e com alto teor de açúcares. O consumo frequente desses alimentos pode criar um efeito inflamatório no corpo.
- Bebidas alcoólicas ainda devem ser evitadas, pois podem ser detectadas no leite materno até três horas após o consumo.
- Ingira alimentos com nutrientes que auxiliam no processo de cicatrização do corpo, como proteínas, vitaminas e fibras.
- Por último, mas não menos importante: beba muita água!
Além disso, você pode contar com a ajuda extra de um suplemento alimentar. Regenesis Premium é indicado tanto para o período da gestação quanto no pós-parto. Clique para saber mais!
Mitos e verdades sobre a cesárea
A Dra. Luciana fala sobre os principais mitos e verdades em torno do parto cesárea. Confira!
Após uma cesárea, não posso mais ter parto normal.
MITO. Os casos em que não se pode mais ter um parto normal são a minoria. “Segundo a OMS, de 60% a 80% das gestantes podem ser submetidas a um parto normal depois da primeira cesárea, sem riscos graves para a saúde da mãe e do bebê”, relata a Dra. Luciana.
Existe um limite de número de cesáreas a que uma mulher pode se submeter.
MITO. Mas existe um porém: “Embora não exista um número máximo de quantas cesáreas o corpo aguenta, a cada nova cesárea os riscos vão aumentando, tanto para a realização de uma nova cirurgia como para o nascimento via parto vaginal”, alerta a Médica.
Cesárea dói menos que parto normal.
VERDADE. “Na cesariana a paciente não precisa estar em trabalho de parto ou com contrações e estará anestesiada”, explica a Médica.
Preciso fazer uma cesárea entre 37 e 39 semanas.
MITO. “Salvo em urgências obstétricas, a literatura médica indica que a realização do parto cesáreo eletivo seja a partir de 39 semanas completas de gestação“, diz a Dra. Luciana.
Não dá para fazer cesárea eletiva (agendada previamente) pelo SUS.
MITO. “Se houver alguma indicação médica que justifique uma cesárea eletiva, é possível”, conta a Médica.
Agora que você já tirou as principais dúvidas sobre o parto cesárea, aproveite para também conferir esta matéria sobre parto normal. Achou este artigo útil? Compartilhe com outras gestantes que estão no processo de escolha da via de parto!
Sabemos que o apoio no pós-parto é crucial para a gestante que acaba de passar por uma cesárea. Mas você sabia que ele vai além do cuidado físico e também passa pelo cuidado emocional da nova mãe? A Psicóloga e Educadora parental Hellian Machado fala sobre este tema tão importante no vídeo a seguir, postado no canal de Regenesis:
