Muitas grávidas apresentam incontinência urinária, mas acreditam que se trata de um sintoma que passa naturalmente após o parto. Além de ser necessária uma ação para revertê-la, é possível, porém, prevenir a incontinência urinária na gravidez.
Quem explica é a Fisioterapeuta Pélvica Laura Della Negra, especialista em reabilitação do assoalho pélvico. No artigo a seguir, ela responde às principais dúvidas sobre incontinência urinária antes, durante e depois da gestação. Confira!
Como saber se tenho incontinência urinária?
Segundo a fisioterapeuta pélvica, incontinência urinária é a perda involuntária de xixi. Se o xixi sai sem que você queira, portanto, você tem incontinência urinária. “Ela ocorre com mais frequência quando a gente espirra e tosse ou quando estamos com uma vontade muito forte de fazer xixi e ele escapa”, explica Laura.
Na gravidez, o quadro de incontinência urinária é muito comum e geralmente se apresenta a partir do segundo trimestre de gestação. Mesmo quem não teve incontinência urinária na gravidez, no entanto, pode desenvolvê-la após o parto. “É bem comum a gestante ter incontinência urinária, assim como no pós-parto e em mulheres mais velhas”, diz Laura.
Incontinência urinária tem tratamento?
Sim, e com resultados rápidos. “O melhor tratamento é a fisioterapia pélvica, com exercícios de contração, relaxamento, exercícios respiratórios e de coordenação. E super tem cura! Se a mulher tiver perda urinária e estiver fazendo o exercício certo, ela pode já ter uma melhora na primeira ou segunda sessão”, conta a Fisioterapeuta.
É importante ressaltar, entretanto, que não existe um tratamento único para toda incontinência urinária, já que os escapes podem ocorrer por diferentes motivos. Por isso, Laura explica que o primeiro passo é passar por uma avaliação com uma fisioterapeuta pélvica para descobrir o que está causando as perdas urinárias.
“Muitas vezes a mulher tem perda urinária porque o assoalho pélvico está muito ativado, e não porque ele está fraco. E aí ele pode não funcionar da forma correta quando ele for requisitado. É a mesma situação de um bíceps flexionado, por exemplo. Se você já está com o bíceps contraído, você não vai conseguir fazer nenhum movimento porque ele já vai estar na contração máxima”, compara.
Como evitar a incontinência urinária na gravidez
A melhor forma é a realização de sessões de fisioterapia pélvica durante a gestação, que traz benefícios tanto para a prevenção da incontinência urinária como para a preparação do corpo para o parto.
Um estudo sobre a prevalência de incontinência urinária em gestantes identificou perfis com maior chance de desenvolver o quadro na gravidez e que merecem uma atenção especial. São mulheres que:
– já engravidaram anteriormente;
– tinham constipação intestinal antes de engravidar;
– tinham incontinência urinária antes de engravidar;
– têm bronquite.
As que já têm incontinência podem, inclusive, reverter o quadro antes de engravidar. “Não importa em que momento da gestação: seja antes ou depois, é sempre possível melhorar só com exercícios de assoalho pélvico”, explica a Fisioterapeuta.
Incontinência urinária após o parto
Muitas vezes, o quadro de incontinência surge apenas após o parto. Engana-se quem acredita que isso só ocorre em quem teve parto vaginal: ela independe do tipo de parto.
“Isso porque a musculatura do abdômen está diretamente relacionada ao assoalho pélvico. Então se você faz uma cesária, você também corta essa conexão. Com exercícios de assoalho pélvico, podemos trabalhar a cicatriz que a mulher pode ter de uma cesária ou no próprio assoalho pélvico”, conta.
A boa notícia é que o tratamento durante a gravidez também aumenta as chances de ter um pós-parto sem complicações. “Quem fez fisioterapia para o assoalho pélvico tem 50% menos chance de desenvolver incontinência urinária nos 3 primeiros meses após o nascimento do bebê”, diz Laura.
“Muitas vezes, após o parto, o assoalho da mulher fica meio descoordenado, e aí nada melhor do que a fisioterapia para ajudar. E o tratamento não é difícil, é rápido. A incontinência urinária não cura sozinha”, finaliza.
Neste artigo, vimos que a incontinência urinária na gravidez não é um sintoma inevitável da gravidez e que o tratamento pode proporcionar mais qualidade de vida para a gestante.
Se você achou essas informações úteis, aproveite para compartilhar com outras mulheres da sua rede!
Além de tratar a incontinência urinária, a reabilitação do assoalho pélvico tem efeitos positivos na vida sexual da gestante. Sobre esse tema, recomendamos que você confira o vídeo da Ginecologista e Obstetra Dra. Amanda Loretti sobre sexo na gravidez, publicado no canal de Regenesis:
Comente