Reconhecendo os sintomas
Assim como tantos outros sintomas, o inchaço na gravidez é uma decorrência natural das transformações do corpo feminino para abrigar o bebê durante sua formação. O aumento da capacidade cardíaca, por exemplo, acarreta maior volume de sangue bombeado por todo o corpo – e aqui estamos falando de nada menos do que cerca de 25% a mais de líquidos, entre sangue e outros fluídos corporais, em comparação a uma mulher adulta que não esteja grávida.
“Além disso, os órgãos sofrem alterações. O útero aumenta e acaba por pressionar as veias da região da pelve, o que também afeta a circulação de sangue nas pernas. Temos ainda maior concentração de hormônios, estrógeno e principalmente progesterona, conhecido como um dos hormônios que contribuem bastante para a retenção de líquidos”, explica o Angiologista e Cirurgião Vascular Ary Elwig.
Investigando as causas
Apesar de comum durante a gravidez, o inchaço pode ter causas anteriores à gestação, por isso é fundamental que a mulher seja examinada por um especialista.
“Doenças como varizes, hipertensão, problemas renais, cardíacos e trombofilia precisam ser investigadas, pois também podem agravar o quadro do inchaço ou até aumentar os riscos da gestação”, analisa Ary.
Mas atenção: a trombofilia, condição genética ou adquirida que aumenta a possibilidade de formação dos coágulos, popularmente conhecidos como trombose, é um fator particularmente delicado, pois requer tratamento específico e exames constantes para evitar a formação de trombose venosa.
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Aliviando o desconforto
Mesmo que o próprio corpo desenvolva características que acabam favorecendo o inchaço nesse período, ainda assim, é possível aliviar os sintomas com algumas dicas simples:
● Eleve os pés da cama na hora de dormir: isso ajuda na circulação do sangue das extremidades do corpo de volta para o coração.
● Evite ficar muito tempo sem movimentar as pernas, seja em pé ou sentada.
● Use meias de compressão, sempre com a orientação do Angiologista ou Cirurgião Vascular.
● Pratique exercícios durante a gravidez, principalmente caminhadas. Vale até aquela voltinha dentro de casa, o importante é estar em movimento sempre que possível!
● Reduza o consumo de sal, pois o sódio também contribui para a retenção de líquidos.
● Conte com o apoio da drenagem linfática, que ajuda a circulação do sangue e alivia o desconforto local.
● Evite temperaturas extremas, que também contribuem para a dilatação ou a constrição excessiva dos vasos.
Depois do parto, o inchaço tende a diminuir rapidamente, aponta o Dr. Ary:
“Com o trabalho de parto e o alívio físico da região da pelve ocasionado pelo nascimento do bebê, a circulação rapidamente melhora. Se o inchaço não aliviar, é indicado que a paciente procure seu médico para verificar o quadro”, completa.
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