Mas, afinal, o que significa mindfulness?
Em tempos de pandemia e isolamento social, o mindfulness e outras práticas para ajudar a passar por esse momento têm ganhado cada vez mais adeptos. Criada no século passado por John Kabat-Zinn e baseada em práticas budistas, o termo em inglês se refere à atenção plena: a habilidade de estar no momento presente de forma consciente e sem julgamentos, para aproveitar as vivências atuais com integridade.
“Adotar o mindfulness traz vários benefícios para qualquer pessoa, principalmente porque, estando mais consciente do momento presente, é possível reconhecer os sentimentos e reagir melhor a todos eles”, explica Mariana Matias, Instrutora de mindfulness.
Compreensão do passado
Há quem diga que a depressão está relacionada ao passado, a, por exemplo, analisar demais o que aconteceu. A técnica do mindfulness ensina o praticante a escolher de forma consciente como lidar com a sua história. E essa postura pode ser uma importante aliada no tratamento da depressão, juntamente com acompanhamento psicológico.
“As situações e pessoas do passado, quando deixam de ser ‘ruminadas’, nos dão espaço para uma melhor percepção de nós mesmos, tanto física quanto psicologicamente. E isso também nos dá mais autonomia para analisar nossos pensamentos e não interpretá-los de forma polarizada. A partir do momento em que escolhemos apenas vivenciar os sentimentos, sem julgar se são positivos ou negativos”, relata Mariana.
Segundo Mariana, por meio das práticas do mindfulness, é possível estabelecer o “modo ser” em contraposição ao “modo agir”. O “modo ser” é um estado de consciência em que o corpo permite parar e usar a nossa inteligência para descobrir a melhor solução que uma situação pode ter. Já no “modo agir”, fazemos tudo automaticamente, sem refletir sobre os nossos atos ou emoções.
Um caminho a ser percorrido
De forma geral, os passos do mindfulness incluem uma série de observações:
Passo 1 – Pausa: checagem de tudo o que está ocorrendo no momento:
● Ambiente, temperatura, sons
● Sensações agradáveis, desagradáveis
● Fluxo de pensamentos
● Sentimentos
Passo 2 – Centralização: atenção na respiração
● Sensação do ar pelo nariz, garganta
● Movimento do corpo enquanto respira
● Tudo bem se notar alguma distração da mente
● A próxima respiração poderá te ajudar a retomar o foco da sua atenção
Passo 3 – Ampliação: atenção para o corpo e experiência como um todo
● Atenção consciente, curiosa e gentil nas sensações do corpo, fluxo de pensamentos, ambiente, sentimentos
● Perceba como é estar neste lugar de maior centramento
● Permita-se pausar algumas vezes no seu dia, por segundos ou minutos
É importante destacar que o mindfulness precisa de orientação e conhecimento. Por isso, se você se interessou, procure um profissional para o direcionamento adequado e um aprendizado completo.
Mindfulness durante a pandemia
Se o futuro é, por si só, um gatilho para a ansiedade, que dirá durante uma pandemia como a que estamos vivendo. Além dos benefícios de mais consciência e capacidade de analisar e não se deixar dominar pelas emoções, o mindfulness permite diminuir estresse sentido pela falta de controle em pontos como a cura ou o desenvolvimento de uma vacina para o novo coronavírus.
Para as grávidas, essa consciência e maior presença no agora ajuda a curtir cada momento da gestação e não perder tempo demais pensando no que “poderá ser” do futuro. E que, apesar das dificuldades do contexto geral, se deve aceitar a diferença de ritmo da vida pós-parto e do mundo “lá fora”. Com o mindfulness, a mulher consegue usar a inteligência para descobrir a melhor solução para os problemas do dia a dia, além de uma maior conexão com o próprio corpo e os pensamentos.
“Como o estresse já é uma tentativa de antecipar o que pode acontecer no futuro, ao praticar o mindfulness a mulher aprende a evitar essa situação, gerando benefícios para ela e o bebê”, detalha Mariana.
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