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Incontinência urinária na gravidez: tire suas dúvidas

Muito comum nesse período, a incontinência urinária pode ser evitada ou revertida ainda na gestação

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Incontinência urinária na gravidez

Muitas grávidas apresentam incontinência urinária, mas acreditam que se trata de um sintoma que passa naturalmente após o parto. Além de ser necessária uma ação para revertê-la, é possível, porém, prevenir a incontinência urinária na gravidez.

Quem explica é a Fisioterapeuta Pélvica Laura Della Negra, especialista em reabilitação do assoalho pélvico. No artigo a seguir, ela responde às principais dúvidas sobre incontinência urinária antes, durante e depois da gestação. Confira!

O que é incontinência urinária?

É a perda involuntária de urina que ocorre quando o controle da bexiga está comprometido. Se o xixi sai sem que você queira, portanto, você tem incontinência urinária. “Ela ocorre com mais frequência quando a gente espirra e tosse ou quando estamos com uma vontade muito forte de fazer xixi e ele escapa”, explica Laura.

Incontinência urinária na gravidez: por que é tão comum?

É normal ter incontinência urinária na gravidez. Estudos científicos indicam que a prevalência dessa condição varia entre 19% e 60% durante a gestação, pelos seguintes motivos:

  • Mudanças hormonais: durante a gestação, os níveis de progesterona e relaxina aumentam, o que pode relaxar os músculos responsáveis pelo controle da urina.
  • Aumento da pressão sobre a bexiga: conforme o útero cresce, ele exerce maior pressão sobre a bexiga, reduzindo sua capacidade de armazenamento e aumentando a urgência urinária.
  • Enfraquecimento dos músculos do assoalho pélvico: o peso extra sobrecarrega o assoalho pélvico, tornando mais difícil conter escapes, principalmente ao tossir, espirrar ou rir.

“Esse quadro geralmente se apresenta a partir do segundo trimestre de gestação e pode persistir no pós-parto, especialmente após partos vaginais e em mulheres mais velhas”, alerta Laura.

Um estudo sobre a prevalência de incontinência urinária em gestantes identificou perfis com maior chance de desenvolver o quadro na gravidez e que merecem uma atenção especial. São mulheres que:

– já engravidaram anteriormente;

– tinham constipação intestinal antes de engravidar;

– tinham incontinência urinária antes de engravidar;

– têm bronquite.

Incontinência urinária após o parto: quais as causas?

Muitas vezes, o quadro de incontinência surge apenas após o parto. Engana-se quem acredita que isso só ocorre em quem teve parto vaginal: ela independe do tipo de parto.

“Isso porque a musculatura do abdômen está diretamente relacionada ao assoalho pélvico. Então se você fizer uma cesárea, você também corta essa conexão. Com exercícios de assoalho pélvico, podemos trabalhar a cicatriz que a mulher pode ter de uma cesárea ou no próprio assoalho pélvico”, conta.

Quais os principais tipos de incontinência urinária na gravidez?

Incontinência Urinária de Esforço (IUE): caracterizada pela perda involuntária de urina durante atividades que aumentam a pressão intra-abdominal, como tossir, espirrar ou realizar exercícios físicos. Estudos apontam que a IUE é a forma mais prevalente durante a gestação, devido às alterações anatômicas e fisiológicas que ocorrem no corpo da mulher. 

Incontinência Urinária de Urgência (IUU): envolve uma necessidade súbita e intensa de urinar, seguida de perda involuntária de urina. Embora menos comum que a IUE, também pode ocorrer durante a gravidez, possivelmente relacionada a alterações na função da bexiga. 

Incontinência Urinária Mista (IUM): combina sintomas das duas anteriores, sendo observada em algumas gestantes que apresentam ambos os tipos de sintoma. 

Dá para evitar a incontinência urinária durante a gestação?

De acordo com Laura, a melhor forma de tentar evitar sua ocorrência é a realização de sessões de fisioterapia pélvica durante a gestação, que traz benefícios tanto para a prevenção da incontinência urinária como para a preparação do corpo para o parto.

As que já têm incontinência podem, inclusive, reverter o quadro antes de engravidar. “Não importa em que momento da gestação: seja antes ou depois, é sempre possível melhorar só com exercícios de assoalho pélvico”, explica a fisioterapeuta.

O tratamento durante a gravidez também aumenta as chances de ter um pós-parto sem complicações. “Quem fez fisioterapia para o assoalho pélvico tem 50% menos chance de desenvolver incontinência urinária nos três primeiros meses após o nascimento do bebê”, diz Laura. 

Incontinência urinária feminina tem cura? Qual é o tratamento?

O tratamento é respaldado por diretrizes clínicas e estudos científicos reconhecidos. Por exemplo, o Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas da Incontinência Urinária Não Neurogênica, publicado pelo Ministério da Saúde do Brasil, detalha abordagens como:

  1. Tratamento conservador: inclui mudanças no estilo de vida e fisioterapia. Recomenda-se que, antes de considerar intervenções invasivas, as pacientes adotem medidas como exercícios do assoalho pélvico e modificações comportamentais. 
  1. Tratamento farmacológico: para casos de incontinência urinária de urgência, podem ser utilizados medicamentos que auxiliam no controle dos sintomas. 
  1. Intervenções cirúrgicas: em situações nas quais os tratamentos conservadores e farmacológicos não são eficazes, procedimentos cirúrgicos, como a cirurgia de sling, podem ser indicados. 

Como é a fisioterapia para incontinência urinária?

Durante a sessão, são realizados exercícios de contração, relaxamento, exercícios respiratórios e de coordenação. “Se a mulher tiver perda urinária e estiver fazendo o exercício certo, ela pode já ter uma melhora na primeira ou segunda sessão”, conta a fisioterapeuta.

É importante ressaltar, entretanto, que não existe um tratamento único para toda incontinência urinária, já que os escapes podem ocorrer por diferentes motivos. Por isso, Laura explica que o primeiro passo é a avaliação com uma fisioterapeuta pélvica para descobrir o que está causando as perdas urinárias.

“Muitas vezes a mulher tem perda urinária porque o assoalho pélvico está muito ativado, e não porque ele está fraco. E aí ele pode não funcionar da forma correta quando ele for requisitado. É a mesma situação de um bíceps flexionado, por exemplo. Se você já está com o bíceps contraído, você não vai conseguir fazer nenhum movimento porque ele já vai estar na contração máxima”, compara.

Os benefícios vão além: a vida sexual também melhora

Além de tratar a incontinência urinária, a reabilitação do assoalho pélvico tem efeitos positivos na vida sexual da gestante.


Sobre esse tema, recomendamos que você confira o vídeo da Ginecologista e Obstetra Dra. Amanda Loretti sobre sexo na gravidez, publicado no canal de Regenesis:

Neste artigo, vimos que a incontinência urinária na gravidez não é um sintoma inevitável e que o tratamento pode proporcionar mais qualidade de vida para a gestante. 

Aproveite para compartilhar com outras mulheres da sua rede que podem se interessar por estas informações!

Referências

  • International Continence Society (ICS)
  • Sociedade Brasileira de Urologia (SBU)
  • Colégio Americano de Obstetras e Ginecologistas (ACOG)
  • Revista da Escola de Enfermagem da USP, São Paulo, v. 42, n. 1, p. 187-193, mar. 2008. Disponível em: https://www.scielo.br/j/reeusp/a/tcRhL9B3QRm8YZNswdyPSGL/. Acesso em: 14 fev. 2025.
  • Ministério da Saúde – Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas da Incontinência Urinária Não Neurogênica.
Laura Della Negra
Fisioterapeuta especialista em reabilitação do assoalho pélvico desde 2006. Ela atua em São Paulo (SP) e mantém o perfil @assoalhopelvico no Instagram sobre o tema.

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