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Guia sobre diabetes gestacional: sintomas, diagnóstico, tratamento

O diabetes gestacional é uma doença silenciosa. Saiba como prevenir, identificar e tratar para uma gravidez mais segura

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Diabetes gestacional: uma doença silenciosa

“Uma doença silenciosa, com consequências tanto para a mãe quanto para o bebê”: assim a Ginecologista e Obstetra Mariana Rosario define o diabetes gestacional, que atinge cerca de 18% das gestantes brasileiras atendidas pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

Perguntamos para a Dra. Mariana tudo o que você precisa saber para identificar os sinais e se prevenir de complicações mais graves. Confira!

O que é diabetes gestacional?

Diabetes gestacional é o aumento do açúcar no sangue que pode surgir pela primeira vez durante a gravidez. A doença costuma se desenvolver na gravidez porque a insulina, um hormônio anabolizante, está muito alto no início da gestação, momento em que o bebê está desenvolvendo-se. 

Por volta da 24ª e 28ª semanas de gestação, esse hormônio cai, afinal o bebê já está formado e daí para a frente só irá ganhar peso. “Nesse período, se o pâncreas estiver um pouco cansado e não conseguir dar conta dessa queda de insulina, a mulher vai desenvolver o diabetes gestacional”, esclarece a doutora Mariana Rosario.

Ela explica que a insulina é o hormônio produzido pelo pâncreas com a função de levar a glicose do vaso sanguíneo para dentro das células, mantendo o metabolismo do corpo. Quando não há insulina suficiente, a glicose fica circulante, ou seja, não entra nas células, causando o diabetes.

Muitas vezes, no entanto, a doença está associada à obesidade ou ao ganho excessivo de peso durante a gestação. O acompanhamento no pré-natal é fundamental para identificar e controlar essa alteração a tempo, garantindo mais segurança para a mãe e o bebê.

Quando há diabetes gestacional, a gravidez é considerada de risco?

Na grande maioria dos casos, os efeitos relacionados à diabetes gestacional para a mãe e para o feto em formação não são graves, mas sua presença indica uma gestação de risco. Isso não significa que, necessariamente, algo ruim vai acontecer, mas sim que a mulher precisa de um acompanhamento mais cuidadoso para evitar futuras complicações. 

Quando os níveis de açúcar no sangue ficam altos por muito tempo, isso pode afetar tanto a saúde da mãe quanto a do bebê. Entre os principais riscos, estão:

Para o bebê:

  • Macrossomia fetal: é quando o bebê cresce mais do que o esperado, geralmente ultrapassando 4 quilos. Isso pode dificultar o parto normal e aumentar o risco de lesões no ombro do bebê (distócia de ombro).
  • Hipoglicemia neonatal: após o nascimento, o bebê pode apresentar uma queda acentuada de açúcar no sangue, já que estava acostumado com altos níveis de glicose no útero.
  • Icterícia (pele amarelada): com tanto açúcar circulando, o corpo produz mais bilirrubina — a substância que deixa a pele amarelada. Como o fígado do recém-nascido ainda está amadurecendo, pode demorar para remover esse excesso, resultando em icterícia.
  • Sofrimento respiratório: o pulmão do bebê pode não estar totalmente pronto para funcionar fora do útero, especialmente se ele recebeu muita insulina antes de nascer. Isso pode causar respirações rápidas ou dificuldades para manter o oxigênio nos níveis ideais.
  • Policitemia (sangue mais “grosso”): para lidar com a glicose alta, o organismo do bebê produz mais glóbulos vermelhos. O resultado é um sangue mais viscoso, que, além de aumentar a chance de icterícia, pode dificultar a circulação.
  • Hipocalcemia neonatal (cálcio baixo): nas primeiras 48 horas de vida, o excesso de insulina pode interromper o equilíbrio natural do cálcio, fazendo com que os níveis caiam. Isso pode causar tremores, irritabilidade e até apneias (pausas na respiração).

Para a mãe

  • Maior chance de pré-eclâmpsia: uma complicação caracterizada por pressão alta e presença de proteína na urina, que pode evoluir para casos graves, como a eclâmpsia (com convulsões).
  • Risco aumentado de parto cesáreo, especialmente quando o bebê está muito grande.
  • Maior probabilidade de desenvolver diabetes e tolerância diminuída a carboidratos no futuro.

Quem tem diabetes gestacional pode ter parto normal?

Pode. A presença de diabetes gestacional não contraindica o parto vaginal. A via de parto deve ser definida com base em fatores obstétricos, como peso fetal estimado e evolução clínica da gestação. Quando bem controlada, a condição permite partos vaginais seguros​.

Existem fatores de risco para diabetes gestacional?

Sim. O acompanhamento deve ser ainda mais rigoroso nessas condições:

  • Idade de 35 anos ou mais;
  • Sobrepeso, obesidade ou ganho de peso excessivo na gestação atual;
  • Deposição central excessiva de gordura corporal;
  • Baixa estatura (1,50 m);
  • Crescimento fetal excessivo, polidrâmnio (quando o Índice de Líquido Amniótico ultrapassa 24 cm, ou quando o maior “bolsão” de líquido mede mais de 8 cm), hipertensão ou pré-eclâmpsia na gravidez atual;
  • Antecedentes obstétricos de abortamentos de repetição, malformações, morte fetal ou neonatal, macrossomia (peso 4,5 kg) ou diabetes gestacional.
  • História familiar de diabetes mellitus em parentes de 1º grau;
  • Síndrome de ovários policísticos.

Quais são os sintomas de diabetes gestacional?

Mariana Rosario diz que os principais sinais são a sede excessiva, perda de peso involuntária e vontade de ir ao banheiro muitas vezes ao dia. “É preciso ficar atenta aos sintomas, mas, principalmente, fazer o acompanhamento pré-natal, pois na grande maioria das vezes os sintomas só aparecem quando o nível já está bem avançado”, explica a doutora.

Outros sintomas que levantam a suspeita clínica são: fadiga, fraqueza, letargia, prurido cutâneo e vulvar e infecções de repetição. Todos esses sinais, sozinhos, não confirmam o diagnóstico – até porque são comuns na gravidez em geral. Por isso, o pré-natal com exames específicos é essencial para detectar o problema precocemente e evitar complicações.

Como é feito o diagnóstico da diabetes gestacional?

O diagnóstico da diabetes gestacional é feito por meio de exames laboratoriais que avaliam os níveis de glicose no sangue durante a gestação. Mesmo que a mulher não apresente sintomas, o rastreamento é recomendado para todas as gestantes, pois essa condição pode passar despercebida.

Rastreamento e diagnóstico da diabetes gestacional

Como funciona o exame

  1. A gestante chega ao laboratório em jejum de 8 a 12 horas.
  2. É feita a primeira coleta de sangue, para medir a glicemia em jejum.
  3. Em seguida, ela ingere um líquido com 75 gramas de glicose.
  4. Após isso, são feitas mais duas coletas de sangue: uma após 1 hora e outra após 2 horas.

Valores de referência que confirmam o diagnóstico:

  • Jejum ≥ 92 mg/dL
  • 1 hora após a ingestão ≥ 180 mg/dL
  • 2 horas após a ingestão ≥ 153 mg/dL

Se qualquer um desses valores estiver alterado, já é suficiente para confirmar o diagnóstico de diabetes gestacional.

E quando o exame padrão não é possível?

Em algumas situações – como em gestantes que passaram por cirurgia bariátrica, têm náuseas intensas ou apresentam intolerância à sobrecarga de glicose –, o teste pode ser contraindicado ou não tolerado.

Nesses casos, o diagnóstico pode ser feito com outras estratégias, a serem discutidas com o médico.

Como é o tratamento da diabetes gestacional?

O tratamento da diabetes gestacional tem um objetivo principal: manter os níveis de glicose no sangue dentro da faixa considerada segura, evitando riscos para a mãe e o bebê. Na maioria dos casos, isso pode ser feito com alimentação equilibrada e atividade física.

Se mesmo assim os níveis de glicose continuarem elevados, o médico pode indicar o uso de insulina, aplicada por injeção. Ela é segura durante a gravidez e não causa mal ao bebê. O uso de medicamentos por via oral geralmente não é indicado como primeira opção na gestação.

Diabetes gestacional tem cura?

O diabetes gestacional geralmente desaparece após o parto. Entre 30% a 50% das mulheres com a condição, no entanto, desenvolvem diabetes tipo 2 nos anos seguintes. Por isso, é fundamental o acompanhamento contínuo no pós-parto com novos testes de glicemia seis semanas após o parto e anualmente depois disso.

É possível evitar a diabetes gestacional?

Nem sempre, mas é possível reduzir o risco. A adoção de uma alimentação equilibrada e a prática de exercícios físicos leves e de baixo impacto são boas atitudes para prevenir a ocorrência da doença, segundo a Dra. Mariana.

Além disso, o planejamento pré-concepcional com profissionais de saúde pode antecipar medidas preventivas eficazes para controlar outras condições como a Síndrome dos Ovários Policísticos e resistência à insulina.

Referências

Ministério da Saúde (BR). Cadernos de Atenção Básica: Pré-natal de baixo risco. Brasília: Ministério da Saúde; 2012. [acesso em 2025 abr 6]. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/cadernos_atencao_basica_32_prenatal.pdf 

American Diabetes Association. Standards of Medical Care in Diabetes—2022. Diabetes Care. 2022 Jan; [acesso em 2025 abr 17] 45(Suppl 1):S1–S264. doi:10.2337/dc22-S001. Disponível em: https://diabetesjournals.org/diabetes/article/71/Supplement_1/142-OR/145352/142-OR-Global-Extended-Polygenic-Score-Predicts
International Association of Diabetes and Pregnancy Study Groups Consensus Panel; Metzger BE, Gabbe SG, Persson B, Buchanan TA, Catalano PA, Damm P, Dyer AR, Leiva Ad, Hod M, Kitzmiler JL, Lowe LP, McIntyre HD, Oats JJ, Omori Y, Schmidt MI. International association of diabetes and pregnancy study groups recommendations on the diagnosis and classification of hyperglycemia in pregnancy. Diabetes Care. 2010 Mar; [acesso em 2025 abr 17] 33(3):676-82. doi: 10.2337/dc09-1848. PMID: 20190296; PMCID: PMC2827530. Disponível em: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/20190296/

Dra. Mariana Rosário
Médica Ginecologista e Obstetra e atua em São Paulo (SP). Em seu perfil no Instagram ela aborda os mais variados assuntos sobre gestação. Acompanhe: @dramariadorosariogineco.

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