A gravidez de gêmeos natural tem uma incidência baixa, de 1% a 2% entre as mulheres, mas quando acontece, costuma chegar como surpresa e transformar a vida de quem vive essa experiência.
Uma gestação gemelar pode acontecer em duas situações. Na primeira, dois óvulos são fecundados por dois espermatozóides e formam dois embriões, chamados gêmeos fraternos. Na segunda, um único óvulo fecundado se divide em dois embriões, dando origem aos chamados gêmeos idênticos.
Mulheres com histórico familiar de gêmeos no lado materno têm mais chances de gestações gemelares, enquanto as mulheres com problemas de desnutrição têm possibilidades menores de viver essa experiência.
Quando um vira dois, três…
Por conta de várias mudanças de comportamento e o fato de existirem mais mulheres engravidando cada vez mais tarde, a adoção de técnicas reprodutivas como a fertilização in vitro tem se tornado mais comum, o que aumenta a incidência de uma gravidez gemelar de um ou de mais bebês.
“De longe, o maior fator responsável pelo aumento de gestações gemelares é a medicina reprodutiva. Quanto maior o número de embriões transferidos, maior a chance de gemelares e de gêmeos com mais de dois fetos”,
explica a Dra. Amanda Loretti, especialista em Obstetrícia de Alta Complexidade e Medicina Fetal.
O que muda?
De acordo com Amanda, toda gravidez de gêmeos apresenta riscos menores ou maiores, dependendo do caso, mas pode ser vivida tranquilamente se contar com os cuidados necessários. Por isso, o ideal é procurar um médico especializado e começar o quanto antes o acompanhamento.
“Além dos cuidados que qualquer gestante deve ter, é preciso manter uma atenção ainda maior para os sinais de parto prematuro, como contrações dolorosas e rítmicas antes do termo e perda de líquido pela vagina. Também é preciso investigar quaisquer sinais das doenças maternas gestacionais e das alterações fetais segundo os protocolos atuais, que na sua grande maioria não se altera do proposto para gestações únicas, a não ser quanto ao número de ultrassons recomendados”,
analisa a Médica.
Todo cuidado é pouco
Por apresentar outros tipos de risco, a gravidez de gêmeos deve ser acompanhada de perto, tendo em vista a maior possibilidade de desenvolver hipertensão gestacional e hemorragia pós-parto, “além de comorbidades fetais como o parto prematuro, baixo peso ao nascer e má-formações fetais”, detalha Amanda.
Além disso, a separação dos bebês influencia a gravidade do caso: quanto mais próximos, maiores os riscos. Dentre as preocupações, estão a Síndrome da Transfusão Feto Fetal e a Restrição de Crescimento Fetal Seletiva, que pode ocorrer quando eles dividem a placenta, além do enovelamento de cordões, que pode ocorrer quando os fetos estão na mesma bolsa.
Mas não é preciso entrar em pânico! A boa notícia é que existem muitos profissionais especializados que estão cada vez mais preparados para proporcionar o acompanhamento que você e seus bebês necessitam para que tudo saia bem.
Comente