O assunto é comum entre pessoas que querem ter filhos e costumam planejar a longo prazo, mas é necessário conhecer melhor o universo de fertilidade e reprodução humana. Segundo o dicionário, fertilidade é a capacidade natural que um indivíduo tem de produzir uma gravidez por meio do método natural, ou seja, por meio de relações sexuais.
Mas falando de seres humanos, é claro que o assunto é muito mais complexo. A medicina considera fértil sempre o casal que está tentando engravidar, e que consegue fazê-lo naturalmente no período de um ano.
“Apesar de sempre analisarmos a produção de óvulos e espermatozoides, além de outros fatores biológicos, a fertilidade é sempre uma questão conjugal, que envolve as duas pessoas, suas relações e rotinas, dentro e fora do casamento”, pontua o Dr. Thiago Souza, Ginecologista e Especialista em reprodução humana.
O que pode ajudar a fertilidade
A saúde reprodutiva está diretamente relacionada à saúde, no geral. Por isso, adotar uma dieta sem muitos alimentos processados e baseada em ingredientes saudáveis, assim como a prática regular de atividade física, uma rotina de sono e a mudança de hábitos para evitar o estresse, são benéficas para as chances de sucesso em engravidar.
“A fertilidade na mulher é influenciada por mais fatores do que a fertilidade masculina, mas as chances do casal podem melhorar com mudanças na rotina e na frequência sexual”, explica Dr. Thiago.
Pode parecer redundante ou simplório enfatizar no equilíbrio e na importância da boa saúde, mas diversos estudos científicos apontam a influência do peso, o consumo de álcool, o estresse e até mesmo do sono na qualidade e/ou na produção dos gametas (óvulos e espermatozoides).
Também é importante destacar que o número de gametas da mulher é determinado na vida intrauterina, sem a produção de novos ovócitos (que se tornarão óvulos) ao longo da vida – diferentemente dos homens. A medicina considera que, naturalmente, um casal saudável tem entre 15 e 20% de chances de engravidar, por mês. Por isso é preciso respeitar o prazo mínimo “natural”: 1 ano para mulheres até 35 anos, 6 meses para mulheres a partir de 35 anos.
O que pode prejudicar a fertilidade
A fertilidade é tão complexa quanto delicada. Tanto nas mulheres quanto nos homens, alguns diagnósticos trazem obstáculos ao desejo de construir uma família.
“Alterações hormonais que impeçam ou dificultem a ovulação, síndrome de ovário policísticos, problemas nas trompas (tubas uterinas), endometriose e laqueadura são alguns dos quadros que, naturalmente, vão dificultar as tentativas do casal em engravidar e, por isso, podem requerer o acompanhamento profissional a partir do momento em que o casal decide tentar”, alerta Thiago.
Além de quadros exclusivamente femininos, algumas medicações, tratamentos quimioterápicos e de radiação, infecções e outras alterações endócrino-metabólicas, como obesidade, diabetes e hipotireoidismo, também podem dificultar as tentativas de engravidar.
“No homem, anabolizantes podem prejudicar e até zerar a produção de espermatozoides, que é o principal indicador da fertilidade masculina. Além disso, a espermatogênese diminui naturalmente seu rendimento a partir dos 45 anos e em maior intensidade aos 55 anos”, detalha Thiago Souza.
Por isso, ao decidir engravidar, fique calma. Entenda que o processo, naturalmente, pode levar até um ano e, enquanto isso, procure um ginecologista e um urologista para analisar a saúde dos sistemas reprodutores e realizar um check-up geral na saúde, um nutricionista para melhorar a dieta do casal e, em caso de ansiedade extrema, um terapeuta para ajudar a lidar com as expectativas e frustrações. Não é fácil, mas procure tentar ter paciência, afinal você vai precisar e essa é apenas a etapa inicial de toda uma jornada.
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