Tudo acontece rápido demais: assim que espermatozoide e óvulo se combinam, formam uma célula que vai dividindo-se primeiro em 2, depois em 4, 8, 16, 32 células e assim por diante. Aos poucos, o que era só um amontoado de células dá início ao desenvolvimento do bebê dentro do útero da gestante.
“Após a fecundação, o embrião demora cinco dias para se implantar na cavidade uterina. A partir de então, ele irá se desenvolver numa velocidade cada vez mais surpreendente”, explica o Ginecologista e Obstetra Marco Túlio Vaintraub.
O início da gestação é contado a partir da data da última menstruação da mulher. E é com o atraso menstrual, associado a possíveis dores na mama, cólicas e mal-estar que ela recebe o sinal de que uma gravidez está instalando-se e começando a progredir.
Confira, a seguir, o que Dr. Marco destaca sobre as principais fases de desenvolvimento do bebê ao longo dos nove meses de gestação.
Bate coração!
Três primeiros meses: formação dos órgãos
É ao longo das 12 semanas iniciais da gestação, durante o primeiro trimestre, que ocorre a formação de todos os órgãos do embrião. Nessa fase, conhecida por organogênese, são formados, por exemplo, o cérebro, os pulmões, os rins, a pelve, os braços e as pernas, em um crescimento lento e gradual ao longo dos dias.
“Com duas semanas de atraso da gravidez, que consideramos como seis semanas de gestação, o coração já começa a bater e é possível ver no ultrassom alguma imagem do embrião se formando”, explica o doutor.
Ao final dos três meses, aliás, é fundamental a realização do ultrassom morfológico de primeiro trimestre, que vai verificar se o processo de formação dos órgãos ocorreu sem nenhum problema e se a criança é perfeita do ponto de vista cromossômico.
Respira bebê!
Do quarto mês em diante: desenvolvimento constante
Ao fim do primeiro trimestre, todos os órgãos estão completos e pelos próximos meses seguem se desenvolvendo e crescendo para que possam chegar a um ponto de maturidade compatível com a vida fora do útero.
Nesse período, a formação dos pulmões é um dos principais fatores de atenção, pois são eles que permitem que o bebê respire de forma saudável e sobreviva fora do ambiente intrauterino, o que só ocorre depois de 36 ou 37 semanas (após o oitavo mês de gestação).
“Antes disso, os pulmões do bebê não estão preparados para a vida fora do útero. Caso venha a ocorrer um nascimento prematuro, além de apresentar problemas de dificuldade respiratória, os recém-nascidos precisam permanecer em unidades de tratamento intensivo”, explica o Ginecologista e Obstetra.
Enquanto isso…
A demanda nutricional da mãe aumenta
O Ginecologista e Obstetra Marco Túlio também destaca que, durante a gravidez, a mãe tem mais volume de sangue circulando em seu organismo, porém mais diluído, e por isso sua demanda nutricional aumenta.
“Se ela tinha um equilíbrio nos níveis de vitamina, sais minerais e outros elementos quando não estava grávida, agora essa demanda muda. Não que precise comer em dobro ou ingerir mais alimentos. Mas é muito importante que ela saiba que há suplementos vitamínicos e nutrientes que apoiam o desenvolvimento do bebê”, afirma.
A idade da mãe interfere no desenvolvimento do bebê?
O Dr. Marco Túlio explica que, em qualquer idade, não há como afirmar que uma mulher terá um bebê sem nenhum tipo de problema ou imperfeição. “Mesmo as mais jovens, até os 40 anos de idade, têm 2% de risco de gerar um bebê com Síndrome de Down. Só depois dos 43 anos é que esse número começa a dobrar a cada ano;”
E por que isso acontece? Principalmente por conta da qualidade do óvulo gerado para a gravidez. “Óvulos mais velhos não irão fecundar, ou levarão a um aborto espontâneo, ou ainda à geração de um bebê com algum tipo de imperfeição”, diz. Como explica, até os 35 anos a mulher tem uma boa reserva de óvulos de boa qualidade, dos 36 aos 40 esse número já começa a baixar, e dos 41 em diante são menos óvulos e de pior qualidade.
Dr. Marco Túlio Vaintraub é mestre em ginecologia pela Universidade Federal de Minas Gerais. Ele atua em Belo Horizonte (MG).
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