O receio do começo
Uma das grandes preocupações do primeiro trimestre de gravidez, o aborto espontâneo é a perda involuntária da gestação até a 20ª semana, por volta do 5º mês. Essa perda pode acontecer por diversos motivos, dos hormonais, como a baixa dosagem de progesterona produzida pelos ovários, aos fisiológicos, incluindo o colo curto do útero ou picos de hipertensão.
“Nem sempre o aborto espontâneo apresenta sinais, como sangramento e contrações, que são os clássicos, ou é possível perceber essa possibilidade na ultrassonografia, quando notamos um descolamento da placenta”, explica a Dra. Cristiane Colombo, Médica Ginecologista e Obstetra.
Você não está sozinha
A cada 100 mulheres, entre 10 e 20 passarão pela experiência de um aborto espontâneo até a 20ª semana. Desses episódios, cerca de 80% dos casos acontecem até a 12ª semana – o que explica a discrição de muitas famílias em esperar até o fim do primeiro trimestre para anunciar a gestação.
De acordo com dados do Ministério da Saúde, alguns fatores potencializam o risco para o aborto espontâneo:
● idade: as chances de ocorrência aumentam para 40% aos 40 anos, e até 80% aos 45 anos;
● histórico de outras perdas gestacionais;
● substâncias como cigarro, álcool, drogas e anti-inflamatórios não hormonais;
● algumas doenças infecciosas, metabólicas e hormonais, como o diabetes.
Para (quase) todo mal, a cura
Em caso de histórico de abortos ou mesmo a constatação de descolamento de placenta, alguns cuidados são indicados para a gestante, incluindo repouso, restrição de relações sexuais, o uso de progesterona (via oral ou vaginal) e até mesmo a cerclagem do útero – um procedimento cirúrgico para “amarrar” o colo uterino para que a gestação possa evoluir. Em 2017, a apresentadora Eliana passou por essa cirurgia na gravidez do segundo filho.
“Muitas vezes, na primeira gravidez, é mais difícil prevenir, mas se já existe pelo menos um aborto espontâneo no histórico da mulher, fazemos um acompanhamento mais minucioso e individualizado para que as próximas gestações sejam saudáveis e tranquilas”, analisa Dra. Cristiane.
O acompanhamento médico é a grande chave para a prevenção: fazendo exames completos e análises minuciosas do histórico e do estado atual de saúde, é possível verificar condições que aumentam as chances e os riscos de aborto espontâneo – como trombofilia, problemas fisiológicos no útero, obesidade ou baixo peso, entre outros. A adoção de um estilo de vida mais saudável também ajuda a diminuir os riscos de aborto espontâneo.
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