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O que é pré-eclâmpsia e eclâmpsia?

Veja a importância de monitorar a pressão sanguínea durante a gestação e saiba quais são as complicações que a hipertensão arterial gestacional pode provocar.

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O que é pré-eclâmpsia e eclâmpsia?

Você já ouviu falar em pré-eclâmpsia ou eclâmpsia? São complicações raras da gravidez que, se não forem devidamente tratadas, podem levar à morte da mãe e/ou do bebê. Entender o que está acontecendo com o nosso corpo a tempo pode ajudar a evitar desfechos graves.

Com o apoio da Ginecologista e Obstetra Monique Mion Bürger, vamos conversar sobre o que essas condições significam, quais os sinais para ficar de olho, o que pode ser feito para prevenir e como é possível ter uma gestação saudável mesmo com esse diagnóstico.

O que é pré-eclâmpsia?

A pré-eclâmpsia é um tipo de hipertensão que acontece só durante a gravidez – por isso também é chamada de doença hipertensiva específica da gestação (DHEG). “Normalmente, ela aparece depois da 20ª semana e é acompanhada pela eliminação de proteína pela urina”, explica a Dra. Monique.

A pressão alta indica que o corpo da mãe está sofrendo para se adaptar às mudanças da gestação. Quando a pressão sobe demais, o sangue tem mais dificuldade para circular nos vasos, e isso afeta o funcionamento de vários órgãos da mãe, como os rins, o fígado e o cérebro. Além disso, pode comprometer a chegada de oxigênio e nutrientes ao bebê, já que a placenta também é impactada.

Nos casos mais graves, a pressão alta pode causar complicações sérias como descolamento prematuro da placenta, acidente vascular cerebral (AVC), insuficiência renal e até convulsões, que é quando a pré-eclâmpsia evolui para eclâmpsia. Por isso, é essencial ficar de olho em qualquer sinal de alerta e seguir direitinho o acompanhamento do pré-natal

É possível ter pré-eclâmpsia com pressão normal?

Sim. Em alguns casos, a pressão arterial pode estar aparentemente normal nos primeiros estágios da doença. Nesses quadros, outros sinais, como presença de proteína na urina e alterações laboratoriais (função renal, hepática e plaquetas), podem indicar o início da pré-eclâmpsia. Por isso, o acompanhamento pré-natal cuidadoso é fundamental.

O que é eclâmpsia?

A eclâmpsia é a evolução mais grave da pré-eclâmpsia e se caracteriza pela pressão muito elevada, acompanhada de outros sintomas mais graves. Nesse caso, pode causar complicações sérias como descolamento prematuro da placenta, acidente vascular cerebral (AVC), insuficiência renal e até convulsões

“Nesse estágio, a vida da mãe e a do bebê entram em risco. Quando não é possível baixar a pressão arterial, mesmo com os remédios prescritos pelo obstetra, o parto deve ser induzido para evitar o risco de morte”, completa a especialista Dra. Monique.

Em caso de eclâmpsia, o que acontece com o bebê?

A eclâmpsia representa risco elevado para o bebê. Pode haver sofrimento fetal agudo devido à redução do fluxo sanguíneo placentário, além de maior risco de parto prematuro, restrição do crescimento intrauterino e até óbito fetal.

Quais são os sintomas da pré-eclâmpsia?

Os sinais da pré-eclâmpsia nem sempre são óbvios no começo, por isso é tão importante o acompanhamento no pré-natal. Ela pode se desenvolver aos poucos, e os sintomas muitas vezes são confundidos com desconfortos comuns da gravidez. Mas quando a gente entende o que cada sintoma significa, fica mais fácil reconhecer quando algo não está bem. Olha só:

  • Pressão alta persistente (≥140/90 mmHg): esse é o sinal mais clássico. A pressão sobe porque os vasos sanguíneos da gestante estão sofrendo alterações que dificultam a passagem do sangue, aumentando a força que o coração precisa fazer.
  • Inchaço súbito (edema), principalmente em mãos e rosto: o inchaço é comum na gravidez, mas quando aparece de forma repentina e em locais como rosto e mãos, pode ser sinal de que os rins não estão funcionando direito e o corpo está retendo líquidos.
  • Dor de cabeça forte e persistente: acontece porque a pressão elevada pode afetar a circulação cerebral. Essa dor não melhora com repouso ou analgésicos comuns e deve ser levada a sério.
  • Alterações visuais (visão embaçada, pontos brilhantes): são reflexo do impacto da pressão alta nos vasos dos olhos. É como se a pressão estivesse “afetando o cérebro” – o que exige atenção imediata.
  • Dor no alto do abdômen, principalmente do lado direito: essa dor geralmente tem a ver com o fígado, que pode estar sendo sobrecarregado. É um sinal de alerta importante, especialmente se vier acompanhado de náuseas.
  • Náuseas e vômitos fora do padrão esperado da gravidez: se esses sintomas aparecem no final da gestação, quando normalmente já não seriam esperados, pode ser um sinal de que os órgãos internos, como fígado e estômago, estão sendo afetados.
  • Redução da quantidade de urina: indica que os rins estão trabalhando menos – e isso pode acontecer porque a pressão alta está comprometendo o fluxo sanguíneo até eles.

Se você notar qualquer um desses sinais, mesmo que esteja se sentindo bem, o melhor caminho é conversar com o profissional que acompanha seu pré-natal. 

E quais são os sintomas da eclâmpsia?

A eclâmpsia é quando a pré-eclâmpsia chega ao seu ponto mais grave e perigoso: a mulher tem convulsões que não têm outra explicação além da pressão alta associada à gravidez. Mas o corpo, na maioria das vezes, dá sinais antes da crise acontecer. São os chamados sintomas de “iminência de eclâmpsia” – e saber reconhecer esses sinais pode ajudar a evitar complicações ainda mais sérias.

Veja o que pode aparecer antes (ou junto) das convulsões:

  • Dor de cabeça forte e contínua: não é uma dor qualquer. É intensa, muitas vezes pulsante, não melhora com analgésicos simples e pode durar horas. É um sinal de que o cérebro está sofrendo com o aumento da pressão.
  • Alterações na visão: ver pontos brilhantes, flashes de luz, visão embaçada ou até perda temporária da visão pode indicar que os vasos do cérebro e dos olhos estão sendo afetados.
  • Dor intensa na “boca do estômago” (epigástrio), geralmente do lado direito: essa dor pode estar ligada ao fígado, que também sofre com a pressão alta e com o processo inflamatório da eclâmpsia.
  • Agitação, irritabilidade ou confusão mental: mudanças de comportamento repentinas, como dificuldade de se concentrar, desorientação ou uma sensação de que “algo está errado”, podem ser sinais neurológicos precoces.
  • Pressão arterial muito elevada: especialmente quando ultrapassa 160/110 mmHg, é um grande alerta. Níveis tão altos aumentam muito o risco de convulsões.
  • Redução do volume de urina ou ausência de urina: pode indicar que os rins estão começando a falhar, o que agrava todo o quadro clínico.

E claro, o sintoma mais marcante da eclâmpsia é a convulsão — um episódio súbito, com perda de consciência, movimentos involuntários, rigidez muscular ou espasmos. Esse é sempre um caso de emergência médica, que precisa de atendimento imediato.

Existe eclâmpsia pós-parto?

A eclâmpsia pode surgir até 48 horas (e, em casos mais raros, até 7 dias) depois do nascimento do bebê. Por isso, todo o período do puerpério exige atenção.

O mais importante é lembrar que o corpo costuma avisar quando algo está fora do normal – e o quanto antes esses sinais forem levados a sério, maiores as chances de evitar complicações graves para a mãe e o bebê.

Como é o tratamento da pré-eclâmpsia?

O tratamento da pré-eclâmpsia depende de três coisas: o quanto a pressão está alta, se existem sinais de gravidade e em que fase da gravidez a mulher está. O objetivo principal é garantir a segurança da mãe e do bebê — e, quando necessário, decidir o melhor momento para o parto.

Quando a pressão está alta, mas não ultrapassa 160 x 110 mmHg e não há sinais de gravidade: 

O quadro pode ser acompanhado com mais calma. A mulher pode até permanecer em casa, mas precisa de monitoramento rigoroso: controle da pressão, exames laboratoriais, ultrassonografias e avaliação do bem-estar do bebê. Tudo isso para garantir que a situação não está evoluindo para um quadro mais grave.

A Dra. Monique faz as seguintes recomendações gerais:

  • repouso durante o dia;
  • beber de dois a três litros de água por dia;
  • fazer uma alimentação equilibrada com pouco sal ou alimentos industrializados, como embutidos, salgadinhos de festa ou batata frita;
  • beber um suco de laranja por dia;
  • praticar exercícios físicos leves, como caminhada, ioga ou hidroginástica, de duas a três vezes por semana;
  • evitar beber mais do que uma xícara pequena de café por dia.

Agora, se a pressão sobe acima de 160 x 110 mmHg ou se surgem sintomas de gravidade (como dor de cabeça intensa, alterações na visão, dor no alto do abdômen, diminuição de urina ou sinais de sofrimento fetal):

O cuidado muda e a gestante deve ser internada imediatamente. 

“Nos casos mais graves, a grávida pode ter de deixar de trabalhar ou ficar internada no hospital para medicação, monitorização materno-fetal, evitando o desenvolvimento de eclâmpsia. É fundamental ter um acompanhamento médico cuidadoso ao longo de todo esse processo”, orienta a Dra. Monique.

Nesse cenário, a equipe médica vai avaliar a necessidade de interromper a gravidez, mesmo que o bebê ainda não tenha completado as 37 semanas.

Vale lembrar: o único tratamento definitivo da pré-eclâmpsia é o parto. Isso não significa que ele será feito logo ao descobrir a doença – mas sim quando o risco de manter a gravidez for maior do que o de antecipar o nascimento.

No hospital, a mulher pode receber medicamentos para controlar a pressão e prevenir convulsões, além de cuidados intensivos para acompanhar a saúde dela e do bebê. E mesmo depois do parto, a pressão pode continuar alta por algum tempo – por isso, o pós-parto também exige acompanhamento médico.

Algum fator de risco de pré-eclâmpsia?

De acordo com a Dra. Monique, as causas da pressão alta durante a gestação podem estar relacionadas com uma alimentação desequilibrada ou com a má-formação da placenta.

Os principais fatores de risco incluem:

  • Primeira gestação;
  • Idade materna acima de 35 anos ou abaixo de 18;
  • Histórico familiar ou pessoal de pré-eclâmpsia;
  • Gestação múltipla (gêmeos, trigêmeos);
  • Obesidade;
  • Hipertensão crônica;
  • Diabetes mellitus;
  • Doenças autoimunes, como lúpus.

É possível evitar a pré-eclâmpsia?

Nem sempre. Ainda não existe uma forma garantida de evitar a pré-eclâmpsia, mas algumas medidas podem reduzir o risco:

  • Suplementação de cálcio para gestantes com baixa ingestão do mineral, agora recomendada de forma universal pelo Ministério da Saúde.
  • Uso de ácido acetilsalicílico (AAS) em dose baixa para mulheres com alto risco, prescrito durante o pré-natal.
  • Controle do peso e das doenças crônicas antes e durante a gestação.
  • Acompanhamento pré-natal regular e de qualidade.

Quem teve eclâmpsia pode engravidar novamente?

Sim, é possível engravidar novamente, mas é essencial um acompanhamento especializado. O risco de recorrência existe, especialmente se a eclâmpsia ocorreu precocemente ou em formas graves. Mulheres com histórico de eclâmpsia devem ser acompanhadas por equipe multiprofissional e, preferencialmente, iniciar o pré-natal antes mesmo da concepção para planejamento adequado.

Por tudo isso, é essencial ficar de olho em qualquer sinal de alerta e seguir direitinho o acompanhamento do pré-natal. Compartilhe essas informações com outras gestantes, informação pode salvar vidas!

Referências

Ministério da Saúde (BR). Cadernos de Atenção Básica: Pré-natal de baixo risco. Brasília: Ministério da Saúde; 2012. [acesso em 2025 abr 6]. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/cadernos_atencao_basica_32_prenatal.pdf 

Peraçoli JC, Borges VT, Ramos JG, Cavalli RC, Costa SH, Oliveira LG, et al. Pré-eclâmpsia/eclâmpsia. São Paulo: Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO); 2018. [acesso em 2025 abr 6] (Protocolo FEBRASGO – Obstetrícia, nº 8/Comissão Nacional Especializada em Hipertensão na Gestação). Disponível em: https://www.febrasgo.org.br/images/pec/Protocolos-assistenciais/2020-Pr-Eclmpsia.pdf 

Peraçoli JC, Ramos JGL, Sass N, Martins-Costa SH, de Oliveira LG, Costa ML, Cunha Filho EV, Korkes HA, de Sousa FLP, Mesquita MRS, Borges VTM, Corrêa Jr MD, Araujo ACPF, Zaconeta AM, Freire CHE, Poli-de-Figueiredo CE, Rocha Filho EAP, Cavalli RC. Pré-eclâmpsia/eclâmpsia – Protocolo no. 01 – Rede Brasileira de Estudos sobre Hipertensão e Gravidez (RBEHG), 2020. [acesso em 2025 abr 6]. Disponível em: https://www.cemicamp.org.br/wp-content/uploads/2022/04/PRE_ECLAMPSIA_ECLAMPSIA_PROTOCOLO_RBEHG_2020_.pdf 

Portal de Boas Práticas em Saúde da Mulher – IFF/Fiocruz. Profilaxia da pré-eclâmpsia no pré-natal [Internet]. Rio de Janeiro: Fiocruz; [acesso em 2025 abr 6]. Disponível em: https://portaldeboaspraticas.iff.fiocruz.br/atencao-mulher/profilaxia-da-pre-eclampsia-no-pre-natal/

Ministério da Saúde (BR). Em estratégia contra a pré-eclâmpsia, suplementação de cálcio passa a ser universal para gestantes [Internet]. 2025 fev 15 [acesso em 2025 abr 6]. Disponível em: https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/noticias/2025/fevereiro/em-estrategia-contra-a-pre-eclampsia-suplementacao-de-calcio-passa-a-ser-universal-para-gestantes

Dra. Monique Mion Bürger
Médica Ginecologista e Obstetra e atua na cidade de Limeira, no interior de São Paulo. Ela mantém um canal no Instagram com diversas informações para as mulheres. Confira em @dra.moniquemionburger

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