Deu positivo, e agora? Será que você está recebendo todos os nutrientes necessários para uma gestação saudável? As vitaminas terão um papel fundamental nesse processo, ajudando no crescimento do bebê e até na sua disposição ao longo desses nove meses.
O importante agora é entender o que seu corpo precisa e como garantir esse cuidado da melhor forma possível. E nós ajudamos nessa missão!
Elaboramos este guia com base em documentos oficiais do Ministério da Saúde e da Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo), que trazem recomendações e conceitos cientificamente comprovados sobre vitaminas para gestantes. Vem com a gente ficar por dentro!
Qual é a importância das vitaminas na gestação?
Durante a gravidez, a demanda de vitaminas aumenta porque o corpo da mãe precisa suprir não apenas suas próprias funções metabólicas, mas também garantir o desenvolvimento adequado do bebê.
Quando a ingestão é equilibrada, esses micronutrientes apoiam a formação de órgãos, ossos, sangue e sistema nervoso, e ainda previnem defeitos congênitos e complicações como anemia, hipertensão gestacional e pré-eclâmpsia.
Suplementos para gestantes são indispensáveis?
Uma dieta rica em alimentos variados é sempre a melhor maneira de obter os nutrientes necessários, mas muitas gestantes podem apresentar dificuldades para alcançar a dose diária recomendada apenas com a alimentação.
Nesse sentido, a suplementação pode ser uma estratégia importante, mas deve sempre ser realizada sob orientação médica ou de um nutricionista especializado.
Cada gestante possui necessidades específicas que podem variar de acordo com o histórico de saúde, hábitos alimentares e fatores genéticos.
Quais são as melhores vitaminas para gestantes?
Algumas vitaminas são ainda mais essenciais durante a gravidez, como a vitamina B9 (ácido fólico), vitamina D, vitamina B1 (tiamina), vitamina B2 (riboflavina), vitamina B3 (niacina), vitamina B5 (ácido pantotênico), vitamina B6, vitamina B12, vitamina H (biotina), vitamina C, vitamina E, vitamina A, vitamina K, e colina.
Minerais como ferro, cobre, cálcio, magnésio, selênio, zinco, iodo, além do ômega-3 (um ácido graxo poli-insaturado), também desempenham papéis fundamentais.
A seguir, vamos explicar a função de cada um desses micronutrientes e por que são tão importantes nessa fase!
Nutriente | Função na gravidez | Dose diária recomendada para gestantes (Anvisa) | Principais fontes naturais |
Vitamina B9 (Ácido fólico) | Forma o tubo neural do bebê e previne malformações. | 355 mcg | Vegetais verdes-escuros, fígado, leguminosas |
Vitamina D | Auxilia na absorção de cálcio e no desenvolvimento ósseo. | 5 mcg (400-800 UI) | Peixes gordurosos, gemas de ovos, leite fortificado |
Vitamina B1 (Tiamina) | Importante para o metabolismo energético e o sistema nervoso. | 1,4 mg | Cereais integrais, carne de porco, legumes |
Vitamina B2 (Riboflavina) | Atua no metabolismo energético e na formação de células sanguíneas. | 1,4 mg | Laticínios, ovos, vegetais de folhas verdes |
Vitamina B3 (Niacina) | Ajuda na conversão de alimentos em energia e na saúde da pele. | 18 mg | Carnes magras, peixes, amendoim, grãos integrais |
Vitamina B5 (Ácido pantotênico) | Participa da produção de hormônios e neurotransmissores. | 6 mg | Carnes, ovos, grãos, leite |
Vitamina B6 (Piridoxina) | Auxilia na formação do cérebro do bebê e reduz enjoos. | 1,9 mg | Banana, carnes, batatas, cereais integrais |
Vitamina B12 (Cobalamina) | Essencial para a formação de células sanguíneas e desenvolvimento neurológico. | 2,6 mcg | Carnes, ovos, laticínios |
Vitamina H (Biotina) | Importante para o metabolismo de proteínas e a saúde da pele, unhas e cabelos. | 30 mcg | Ovos, fígado, nozes |
Vitamina C | Fortalece a imunidade, melhora a absorção de ferro e forma colágeno. | 55 mg | Frutas cítricas, pimentões, morango |
Vitamina E | Atua como antioxidante e protege o desenvolvimento neurológico do bebê. | 10 mg | Óleos vegetais, nozes, sementes |
Vitamina A | Essencial para o desenvolvimento da visão, pele e sistema imunológico. | 800 mcg | Fígado, ovos, laticínios, vegetais alaranjados |
Vitamina K | Importante para a coagulação sanguínea e a saúde óssea. | 55 mcg | Vegetais de folhas verdes, fígado, ovos |
Colina | Fundamental para o desenvolvimento cerebral e formação das membranas celulares. | 450 mg | Ovos, carne, peixe, soja |
Ferro | Previne anemia e garante o transporte de oxigênio para o bebê. | 27 mg | Carnes vermelhas, leguminosas, vegetais verde-escuros |
Cobre | Auxilia na formação dos vasos sanguíneos e no desenvolvimento neurológico. | 1.000 mcg | Nozes, sementes, fígado, frutos do mar |
Cálcio | Fundamental para a formação dos ossos e dentes do bebê. | 1.200 mg | Laticínios, vegetais de folhas verdes, sardinha |
Magnésio | Importante para a função muscular, regulação da pressão arterial e formação óssea. | 220 mg | Nozes, sementes, cereais integrais |
Selênio | Atua como antioxidante, protegendo as células e fortalecendo o sistema imunológico. | 30 mcg | Castanha-do-pará, frutos do mar, ovos |
Zinco | Essencial para o crescimento celular e fortalecimento do sistema imunológico. | 11 mg | Carnes, frutos do mar, feijão, nozes |
Iodo | Necessário para a produção de hormônios da tireoide e desenvolvimento cerebral. | 200 mcg | Sal iodado, peixes, laticínios |
Ômega-3 (DHA) | Fundamental para o desenvolvimento cerebral e visual do bebê, especialmente no terceiro trimestre. | 200 mg | Peixes gordurosos, sementes de chia e linhaça, nozes |
Existe alguma vitamina que as grávidas não podem tomar?
Não exatamente, mas alguns excessos podem causar efeitos adversos no desenvolvimento fetal. As principais vitaminas que exigem atenção especial são:
- Vitamina A: doses elevadas (acima de 10.000 UI por dia) aumentam o risco de malformações congênitas, como defeitos craniofaciais, cardíacos e neurológicos.
- Vitamina E: o consumo excessivo pode estar associado ao aumento do risco de parto prematuro.
- Vitamina K: altas doses podem interferir na coagulação sanguínea e afetar o equilíbrio hemostático do bebê.
- Megadoses de vitamina C e vitamina D: embora essenciais, doses excessivas podem causar efeitos adversos. O excesso de vitamina C pode levar a escorbuto de rebote neonatal, e a hipervitaminose D pode resultar em hipercalcemia fetal.
- Suplementação excessiva de vitamina B6: doses muito altas podem causar neuropatia periférica e efeitos colaterais neurológicos.
Os minerais também devem ser observados com cautela:
- Ferro: o excesso pode levar a constipação, náuseas e aumento do estresse oxidativo, além de prejudicar a absorção de outros minerais como zinco e cálcio. A suplementação só deve ser feita quando há deficiência comprovada.
- Cálcio: em excesso, pode interferir na absorção de ferro e zinco e aumentar o risco de cálculos renais.
- Zinco: doses elevadas podem comprometer a função imunológica e interferir na absorção de cobre.
- Selênio: o excesso pode causar toxicidade, levando a sintomas como queda de cabelo, lesões na pele e distúrbios gastrointestinais.
- Iodo: o consumo exagerado pode causar disfunções na tireoide, afetando o desenvolvimento do bebê.
Um polivitamínico para gestante é suficiente para suprir essas necessidades?
Isso apenas o seu médico ou nutricionista poderá dizer, pois cada gestante tem necessidades únicas e ajustar as doses certas evita tanto deficiências quanto excessos.
Fazer exames ao longo da gravidez ajudará a entender o que o corpo precisa em cada fase, permitindo que a suplementação seja adaptada conforme o bebê cresce e o seu organismo responde.
Cuidar da nutrição na gravidez é um dos maiores gestos de amor que você pode oferecer ao seu bebê e a si mesma. Conte sempre com o acompanhamento de um profissional de saúde e aproveite essa fase especial com mais saúde, segurança e bem-estar!
Referências
- Caderno de Atenção Básica nº 20. Ministério da Saúde, Brasília, 2012.
- Manual de Assistência Pré-natal. Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO), São Paulo, 2014.
- Protocolos da Atenção Básica: Saúde das Mulheres. Ministério da Saúde / Instituto Sírio-Libanês de Ensino e Pesquisa, Brasília, 2016.
- Instrução Normativa – IN nº 28, de 26 de julho de 2018. Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA).
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